por Jéssica Lauritzen
(…) Mas agora com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
(Noel Rosa)
Surgiu um evento e você está se preparando para sair. O guarda-roupa pode estar lotado, mas, mesmo assim, você abre o armário e diz: “Não tenho o que vestir!!!” É um drama que afeta, principalmente, as mulheres. Seriam as roupas descartáveis? Além do consumo compulsivo, há outras questões de caráter ambiental que envolvem a produção e a lavagem de tecidos.
As fibras naturais como o algodão, linho e lã são altamente poluentes, assim como poliéster, nylon, lycra e outros polímeros derivados de petróleo, que são utilizados na maioria das roupas produzidas no mundo. Se a temática do meio ambiente está em alta, o universo da moda não poderia ficar fora dessa.
Muitas marcas já investem em tecidos orgânicos e técnicas diferenciadas de curtimento de tingimento de couros, por exemplo. A Osklen é conhecida pela experimentação com matérias-primas provenientes de técnicas sustentáveis. A grife é parceira do e-fabrics, projeto de estratégia e comunicação ambiental do Intituto-e, que foi lançado, em 2007, durante o São Paulo Fashion Week. O instituto abrange importantes ONGs como a UNESCO, a WWF e a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas).
Na cadeia produtiva da moda, o e-fabrics gerencia o relacionamento entre produtos de materiais ecológicos e os estilistas com suas grifes. Os produtos são avaliados sob cinco critérios:
– Matérias-primas de origem sustentável, renováveis ou recicladas;
– Impacto do processo produtivo no meio-ambiente natural;
– Resgate e preservação da diversidade e tradições culturais;
– Fomento às relações éticas com comunidades e colaboradores;
– Design, atributos comerciais e viabilidade econômica.
Após a avaliação, os produtos são identificados com um selo que os torna aptos a uma certificação verde. De acordo com dados do Instituto-e, a economia de energia na produção reciclada é de 76% e a redução de emissões de CO2 é de 71%.
Um exemplo da categoria de tecidos alternativos é a produção de camisas de malha com fibras de poliéster feitas a partir de garrafas PET (responsável por 30 % dos resíduos sólidos coletados nos municípios brasileiros) recicladas. A qualidade é a mesma dos produtos com poliéster comum, mas agrega o valor socioambiental.
Entre moda, preço e selos verdes ou certificados ambientais, é válido também reduzir o acúmulo e a compra desnecessária de roupas, praticando troca entre amigos (sempre tem aquela roupa que em um ou outro não cabe mais), ou aderindo aos brechós físicos ou virtuais.
A moda é cíclica e, mesmo que muitas pessoas ainda vejam os brechós como depósitos de antiguidades e peças bregas, diversos looks e acessórios do estilo retrô voltam a ser tendência no mundo da moda. Além disso, eles estão cada vez mais sofisticados e especializados, trazendo produtos de marcas e grifes famosas. Mesmo que nem sempre ofereçam uma grande pechincha, eles prometem preços bastante vantajosos se comparados aos das lojas tradicionais.
Fique por dentro de alguns brechós virtuais e da cidade do Rio:
• Brechoc
• Camarim baby
(Loja virtual, de recém nascidos a 7 anos)
• Desculpe, eu sou chique
Rua Alice, 75 – Rio de Janeiro – RJ, 22241-020(21) 2225-6059
• Brechó de Salto Alto
Rua Siqueira Campos, 143 – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ, 22031-070(21) 2236-2589
• Brechó “garimpo Carioca”
Rua Senador Vergueiro, 218 – Flamengo, Rio de Janeiro – RJ, 22230-001(21) 2554-6282
• Adoleta
(Brechó infantil/ marcas famosas como Tommy Hilfinger, Diesel e Ralph Lauren/ vendas somente na loja)
Rua Visconde de Pirajá 550, loja 314. Ipanema, Rio de Janeiro