por Fabiola Paschoal
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Não há dúvidas de que o estresse é o novo “mal do século”. Sobretudo nas grandes metrópoles, as pessoas têm cada vez mais afazeres e apenas 24 horas no dia para dar conta de tudo. Não é à toa que muita gente acaba indo parar em um consultório de psicanálise. Afinal, hoje fazer terapia não é mais visto como sinal de loucura. Pelo contrário, é uma maneira de tentar manter a mente sã. Mas e quando um filósofo precisa de terapia? Este é o ponto de partida do romance de Irvin D. Yalom, Quando Nietzsche Chorou.
O livro narra o relacionamento fictício entre Friedrich Nietzsche e o dr. Josef Breuer, mentor de Freud e amigo do filósofo na trama. Supostamente, Nietzsche estaria sofrendo de depressão/estresse/whatever e, atormentado por maus sonhos, resolve procurar a ajuda de Breuer. O médico resolve colocar em prática, então, o seu método de “terapia da conversa”, que nada mais é do que a terapia com que estamos acostumados hoje. Assim, o livro vai narrando o nascimento da psicanálise, entremeado pelos dramas pessoais de Nietzsche. Em meio às longas conversas entre os dois – sempre muito inteligentes, por sinal – o papel de terapeuta e paciente muitas vezes se confunde, e, em várias passagens, é Nietzsche que acaba “analisando” Breuer, sob a ótica da filosofia.
Por mais incrível que possa parecer, esta “salada literária” não fica chata em momento algum. Ao contrário, o livro prende a atenção do leitor, forçando-o a avançar na leitura para saber o que acontece em seguida. E, entre as muitas citações memoráveis da obra nietzschiana, o leitor acaba até mesmo, por que não, aprendendo um pouquinho de filosofia. Não que o romance seja algum tipo de “manual de filosofia para leigos”, porque não é! Mas é inegável que, após a leitura desta obra, a pessoa acabe adquirindo certo interesse em estudar o tema mais a fundo.
Eu, particularmente, gosto muito desse tipo de livro que mistura personagens reais com situações imaginárias. Neste caso, a narrativa é tão boa que muitas vezes o leitor se esquece de que trata-se de uma obra ficcional, o que garante mais verossimilhança ao enredo. O livro é intenso e muito bem escrito e, apesar de ter sido Best-seller à época de seu lançamento, foge do lugar-comum em que os livros comerciais, em geral, acabam caindo.
Existe um filme baseado neste livro, mas eu o acho meio… estranho. De qualquer forma, fica o trailer para quem se interessar pela trama:
Recomendo fortemente Quando Nietzsche Chorou a todos os amantes de filosofia e também àqueles que, como eu, gostam de histórias inusitadas e bem escritas.
E você, já tinha ouvido falar nesse livro? Se leu e gostou, conta o que achou nos comentários! 😉
Um beijo, e até semana que vem.
Mais um para a lista. Aiaiaia 😀
Eu tenho esse livro! Parei na metade porque as aulas do 3º ano do ensino médio (há 2 anos atrás), tinham voltado e desde então, esqueci dele. Depois da sua resenha, vou resgatá-lo da minha estante e lerei. :)))
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