Talvez eu seja uma minoria, pois nunca vi nenhum filme da saga Crepúsculo, tampouco li os livros da série. Porém, não me surpreendo com o sucesso de uma história que trate de vampiros. Afinal, essas criaturas atraem um bom público às salas de cinema há bastante tempo.
Nosferatu, dirigido por F.W. Murnau em 1922, é um exemplo de como esse interesse não é recente. O longa é uma adaptação não-autorizada do romance Drácula, escrito por Bram Stoker. Murnau tentou driblar os problemas com direitos autorais alterando os nomes dos personagens. A obra se tornou uma das grandes referências do expressionismo e sua estética ainda é influente.
As filmagens de Nosferatu serviram de inspiração para o cineasta E. Elias Merhige em A sombra do vampiro, de 2000. John Malkovich interpreta Murnau e William Dafoe faz o ator Max Schreck. Na ficção, Murnau quis dar autenticidade à sua criação e para isso contratou um vampiro de verdade para fazer seu protagonista. O desempenho de Dafoe lhe rendeu uma indicação ao Oscar como melhor ator coadjuvante.
É impossível não mencionar outras adaptações de Drácula nesse post. Uma das mais clássicas é a de Karl Freund e Tod Browning. A película de 1933 foi determinante para a carreira do húngaro Bela Lugosi. Antes, o ator era mais voltado para o teatro. Ele inclusive chamou a atenção de Tod Browning ao interpretar o conde da Transilvânia nos palcos. Do teatro para o cinema, sua fama só aumentou. Depois, Lugosi estrelou diversos filmes de terror. Conforme mencionei na nossa agenda de domingo, Drácula será exibido amanhã, às 10h25, no Telecine Cult.
Christopher Lee foi outro ator que encarnou Drácula. Sua estreia no papel foi em 1958 com direção de Terence Fisher. Em parceria com a Hammer Horror Films, uma companhia britânica, ele ainda fez o mesmo personagem em mais sete produções.
Até Francis Ford Coppola se rendeu ao charme da Transilvânia em Drácula de Bram Stoker. Com estrelas como Winona Ryder, Anthony Hopkins e Keanu Reeves no elenco, o longa se destacou também por outros aspectos técnicos. O filme conquistou três estatuetas ao Oscar por causa de figurino, efeitos especiais e maquiagem.
Um fenômeno como Crepúsculo está longe de ser uma novidade. Nem a roupagem teen é uma grande mudança. Nos anos 80, Os Garotos Perdidos já dava um ar adolescente aos caninos pontudos. Quer um palpite? Aposto que os vampiros vão continuar a ter um espaço considerável nos cinemas.