Olá!
Como a gente anunciou, aos domingos o 7em1 traz mais uma novidade: a presença de um convidado que, junto com o nosso time de blogueiras, forma a sétima cabeça do grupo. Hoje, na estreia, quem aparece para dar boas-vindas é o escritor André Vianco, autor de 16 romances, entre eles as sagas Os sete e O Vampiro-Rei e seu último lançamento, O caso Laura. Confira o que ele conta sobre a adaptação de O Turno da Noite para TV, a literatura fantástica brasileira e seu processo de criação:
Blog 7em1: O que você pode nos adiantar sobre a adaptação de O turno da noite para série de TV?
André Vianco: A adaptação surgiu para homenagear os fãs quando completou 10 anos de lançado meu primeiro livro “Os sete”. “O turno da noite” surgiu após reunir uma equipe muito boa e parruda para produzir um curta metragem, mas como vi que ia investir bastante dinheiro e tempo nessa produção, resolvi fazer algo que pudesse ter uma continuidade. “O turno da noite” é um seriado de vampiros com uma linguagem visual bem atual e bem formada esteticamente.
Blog7em1: O maior medo do leitor é de que grandes partes do livro se percam ao passar para a tela. Você teve que fazer muitas concessões ao adaptar O turno da noite?
André Vianco: O desafio da adaptação é adaptar sem se afastar do conceito central da obra escrita. Passar algo de literatura para audiovisual é um bocado complexo, mas é justamente esse o barato, o desafio. Para criar OTN em audivisual não foi preciso fazer concessões, porém foi preciso buscar o jeito certo de mostrar as personagens em ação.
Blog7em1: Muitos escritores transformaram os vampiros em seres ‘bonzinhos’. Contudo, seus personagens fogem a esse padrão. Para você, que características um vampiro não pode deixar de ter?
André Vianco: Meus vampiros são vampiros de verdade (Risos). São escorpiões. Podem se fazer de bons, podem tentar ser bons de verdade, mas no fundo no fundo são escorpiões, é a natureza dessa criatura. O que um vampiro não pode deixar de ter? Creio que seja justamente essa linha, tênue ou não, onde de um lado temos o humano e do outro o monstro, a assombração, o morto-vivo.
Blog 7em1: O interesse por literatura fantástica é crescente no mercado brasileiro, apesar desse gênero ainda ser pouco explorado na literatura brasileira. Quando você começou, encontrou muita resistência por parte das editoras, críticos ou do público?
André Vianco: Só encontrei resistência nas editoras. Curiosamente o público e até as livrarias estavam receptivos a esse tipo de obra, já os editores diziam que essa literatura, fantasia e terror para adultos escrito por brasileiros não vendia e não venderia por aqui. O gargalo estava nos editores e não no público.
Blog 7em1: A personagem Laura, protagonista de seu último livro, é muito solitária. Você também é do tipo de escritor que precisa da solidão para dar vida aos seus personagens? Como é o seu processo de criação?
André Vianco: Acho que todos nós em algum momento da vida até precisamos da solidão e creia que ela seja benéfica em muitos aspectos, te leva a introspecção que o mundo corrido não nos dá direito, de nos auto-analisarmos. Mas quando essa solidão incomoda e faz mal, se ela é involuntária, ai vem o perigo. Para escrever eu preciso sim, estar só em meus pensamentos, deixá-los voltados para a obra, para a composição. Escrever me absorve sobremaneira. Posso estar rodeado de gente, mas não estarei ali se eu estiver escrevendo (Risos).
Blog 7em1: Voltando ao tema dos vampiros. Se amanhã eles se tornassem reais, quem você acha que eles se interessariam em morder?
André Vianco: Boa pergunta, não tenho a menor ideia. Acho que como predadores involuntários iriam atrás dos mais fracos primeiro porque envolveria menor risco.
E você, já conhecia o trabalho do André Vianco? Conta pra gente qual o seu livro favorito e o que achou da entrevista.
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