A França pode ser lembrada por muitas coisas como a boa comida, os belos museus ou as luxuosas marcas de roupa. A combinação de três cores é outro marco desse país. A junção de azul, branco e vermelho da bandeira francesa foi parar até nos cinemas com a Trilogia das Cores, dirigida pelo polonês Krzysztof Kieslowski.
O cineasta começou a empreitada tricolorem 1993 com A liberdade é azul, estrelado por Juliette Binoche. No ano seguinte, ele lançou A igualdade é branca, que trazia Julie Delpy como protagonista. Ainda em 1994, o trabalho foi concluído com A fraternidade é vermelha. Dessa vez, o papel principal ficou com a suíça Irène Jacob.
Em entrevista disponível nos extras do DVD do último longa, Kieslowski diz que começou a série com uma tragédia. Depois, seguiu com uma comédia. Porém, ele não soube definir o gênero de A fraternidade é vermelha. Se o próprio autor da obra não chegou a tal conclusão, eu nem me arrisco nessa tarefa. Mesmo sem essa classificação clara quanto à sua narrativa, temos um roteiro envolvente e muito bem construído.
Irène Jacob interpreta Valentine, uma modelo que lida com o desafio de um namoro à distância. Seu companheiro, Michel, vive em Londres. A cada chamada telefônica, o relacionamento do casal parece ficar mais frio. Enquanto isso, a rotina de Valentine cruza o tempo todo com a de seu vizinho – Auguste. Apesar da proximidade física, eles nem se conhecem. O tema da ligação entre as pessoas aparece logo na abertura do filme. Confira abaixo.
O acaso vai colocar Valentine em uma relação inesperada. Certa noite, a modelo atropela uma cadela chamada Rita, que pertence a um juiz aposentado, interpretado por Jean-Louis Trintignant. Valentine tem uma primeira impressão bem desagradável do sujeito. No decorrer da trama, essa visão é modificada. Kieslowski consegue dar um tratamento convincente a essa mudança. Apesar de ser muito importante para o desenvolvimento da ação, o nome do personagem de Jean-Louis Trintignant não é apresentado.
É possível que você esteja se perguntando onde está o vermelho nesse enredo. A cor funciona como um tempero às cenas. Em algumas passagens, ela está em algum detalhe como na capa de um livro, por exemplo. Em outros momentos, ela domina o quadro. É o que acontece, por exemplo, no trecho em que Valentine é fotografada para um comercial de chicletes.
Contraditoriamente, a cor está longe de ser o elemento mais relevante de A fraternidade é vermelha. O grande mérito de Kieslowski foi conseguir cativar o espectador. Esta foi o última obra do diretor, que morreu em 1996. E o longa foi uma bela forma de concluir uma carreira que foi muito instigante para a sétima arte.
Lu, desta vez você se superou. Kieslowski é tuuuuuuuuuuuuuuuuudo de bom. Lembra do curso que a gente fez com o Escorel? Vira e mexe eu alugo a série Decálogo para rever. Sem dúvida, é um dos meus documentaristas favoritos. Arrasou, moça!
Boa, Luiza!! Não tinha pensado nesse filme para o tema, mas caiu super bem. Adoro a trilogia das cores. bjs