Quem Acredita em Papai Noel?

Por conta do Natal, nesta época do ano, além da decoração, sempre desperta minha atenção a quantidade de velhinhos com barbas brancas desfilando pelo comércio. Entre outras coisas, fico imaginando por quanto tempo eles deixaram as barbas de molho até elas atingirem o tamanho ideal, as verdadeiras, claro, ou quanto eles faturaram durante a semana para usar aquela roupa quente em pleno verão.

Falando assim, sei que pareço detestar a data, apesar de não ser verdade. Em casa, é comum termos uma dupla comemoração, pois meu pai também faz aniversário no dia 25. E para ser sincera, costumo ficar até um pouquinho ansiosa com tais festividades, por se tratar do único período do ano em que comemos o tão esperado panetone, especialmente o de chocolate, o meu favorito. Ok, estou causando uma péssima impressão, não é mesmo?!

Mas, voltando ao assunto ‘Papai Noel’, confesso sentir uma pontinha de inveja de quem deposita fé no ‘bom velhinho’. Não que eu esteja desconfiando do pobre coitado, afinal, depois de tantos anos comprando presentes, ele merece o mínimo de crédito. Do contrário, estaria feito os europeus, pedindo concordata por conta de uma ‘marolinha’ que vez ou outra assola este ou aquele país.

No fundo, a minha questão é bem simples: poucas cenas me deixam mais perplexas do que ver uma fila de crianças agitadas, no meio do shopping center, aguardando o momento de sentar no colo de um estranho (Pensando no personagem fantasiado, obviamente!), para pedir o cobiçado brinquedo dos seus sonhos. E percebo algumas razões para o meu espanto.

Em primeiro lugar, acho uma loucura total estes pais que se aventuram a andar com crianças, por grandes centros comerciais, em meio ao frenesi das compras natalinas. A gente sempre encontra alguém perdido. Segundo, realmente, é de se admirar a maneira como os olhinhos dos pequenos brilham quando veem o Papai Noel diante deles. E por último, cá entre nós, nunca me ‘enganaram’ com a ‘farsa’ dos contos de Natal: nada de trenós, renas ou gordinhos entalados em chaminés. Seria essa a origem de todo o meu ceticismo?

Me recordo de quando era criança e minha mãe (Noel?) levava eu e minhas irmãs às melhores lojas de brinquedos da região – morávamos todos no interior – e deixava que cada uma de nós escolhesse seus próprios presentes. Particularmente, eu achava uma ótima empreitada, pois não corríamos o risco de ficar desapontadas ao abrir nossos pacotes na manhã de Natal. Hoje, não tenho mais tanta certeza.

Por algum motivo que não sei explicar, tenho a impressão de acreditar em Papai Noel faz alguma diferença. Basta tomar como exemplo o Calvin, meu personagem favorito dos quadrinhos, tema abordado há semanas pelo 7em1. Com receio de ser punido por não ter se comportado bem, Calvin faz de tudo para parecer um menino bom: arruma a bagunça do quarto, se empenha nos estudos, toma banho sozinho e até evita jogar bola de neve na coleguinha Susie.   

Agora, e quando as crianças viram adultas: faz sentido continuar acreditando em Papai Noel ou o Natal ganha outro significado? Volto na segunda.

 

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