Reality e ficção

Para uma emissora, ter um reality show com quase 30 anos de boa audiência no ar é excelente. Mas em O Show de Truman (1998), a principal estrela do programa não desfruta do sucesso. Ele nem sabe que faz parte de uma atração de TV.

Truman Burbank (Jim Carrey) teve sua vida inteira transmitida simultaneamente para o mundo todo. Inclusive seu nascimento foi registrado por câmeras. A cidade onde ele vive, Seahaven, parece uma ilha. Porém, é um sofisticado estúdio onde até as condições meteorológicas podem ser controladas.

Já os habitantes são todos atores. Alguns fazem papéis importantes como Hannah Gill (Laura Linney), que  interpreta Meryl – a mulher do personagem de Jim Carrey. Outro que tem uma função relevante é Louis Coltrane (Noah Emmerich), o melhor amigo do protagonista.

Cristof (Ed Harris), o criador do reality show, chega a manipular também as  emoções do astro de seu programa. Quando era criança, Truman perdeu o pai em um falso afogamento enquanto os dois velejavam. Desde então, ele passou a ter medo do mar. Tal pavor ajudou a prendê-lo dentro dos limites de Seaheaven.

Alguns invasores ou membros descontentes do elenco tentaram contar a verdade  para  a estrela de TV. Contudo, a mensagem nunca foi compreendida. A produção conseguiu intervir imediatamente em todas as vezes. Sylvia (Natascha McElhone) foi a mais marcante dessas penetras. Na adolescência, Truman se apaixonou por ela. E Sylvia procurou adverti-lo sobre a realidade, mas logo foi retirada do estúdio.

O filme acompanha o protagonista  às vésperas de seu aniversário de 30 anos. Infeliz no casamento e no trabalho, ele está louco para sair da cidade, conhecer o mundo e reencontrar Sylvia. Aos poucos, ele começa a desconfiar de que sua vida não passa de uma mentira.

O desfecho do filme pode ser um pouco previsível. Todavia, o diretor Peter Weir foi original ao explorar o universo dos reality shows ainda nos anos 90.  Além disso, ele ousou ao escalar Jim Carrey para uma performance dramática. Na época, o ator era muito marcado por comédias. O desempenho de Carrey não decepcionou. Por essa e outras razões, O Show de Truman é uma boa pedida para quem quiser fugir do BBB.

8 thoughts on “Reality e ficção

  1. Lu, adorei a resenha. Imaginei mesmo que você fosse falar deste filme. Eu me lembro de tê-lo visto quando era criança na sessão da tarde, contudo, não me recordo do desfecho dele, apesar de você ter dito que é um pouco previsível. Fiquei com vontade de rever… =) Bjs

    • João, você usou a palavra chave: representação. No cinema, a gente sempre pode discutir a questão da encenação. Mas e na vida real: será que a gente também não sobrevive dos próprios personagens que criamos aos relacionarmos com o outro? Talvez a Luiza saiba responder.. 😛

      • Foi mal pela demora, mas só vi os comentários hj. Helo, concordo com o q vc diz. Acho q a gente tá sempre representando algum papel. Mas assim como o personagem Truman, acho que a gente nem sempre se dá conta disso. O João comentou bem.

  2. Eu vi esse filme pra um trabalho da faculdade, pasme! Adorei, passa um monte de mensagens importantes sobre até que ponto nossa vida não é uma mera encenação para os outros assistirem. Gera bastante discussão. 😀

    Os posts estão de alto-nível essa semana, preciso escrever algo à altura!

  3. Oi, meninas.Desde pequena, eu tenho uma preguiça enorme com as comédias do Jim Carrey como “Ace Ventura”, por exemplo. Lembro de ter ficado surpresa quando vi “O show de Truman” pela primeira vez. E “Brilho eterno de um mente sem lembranças” tbm é um dos meus filmes preferidos.

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