Literatura: 1984 – The Big Brother is Watching You

Por Fabiola Paschoal

Chegamos à fatídica época do ano em que todos os assuntos parecem convergir para o mesmo lugar: o Big Brother Brasil. Não sei como é com você, mas na minha timeline no twitter (me segue: @fabiolapaschoal!) só dá a hashtag #bbb desde que o programa começou. Nas redes sociais ainda é possível filtrar “assuntos indesejados”, mas, e na vida real? Como filtrar conversas no ônibus, no trabalho, na faculdade ou até na padaria? Querendo ou não, todos acabam ouvindo falar de BBB.  Mas você sabe quem cunhou o termo Big Brother, afinal? Se pensa que a expressão foi inventada pela Rede Globo, está enganado: ela vem do livro 1984, de George Orwell.

1984 é uma distopia que fala sobre um mundo futuro (sim, o futuro era o ano de 1984!) onde todo tipo de informação era controlada.  Na história, há uma “polícia do pensamento” responsável por manter a ordem e vigiar o que as pessoas estavam falando, bem como apagar todo e qualquer vestígio de pessoas que porventura falassem mal do sistema ou incitassem a insatisfação social: estas eram mortas pelo Estado, tornando-se, assim, “impessoas” – ou seja, pessoas que jamais existiram!

E aí você pode estar se perguntando onde entra o Big Brother nessa história. Muito simples: O Grande Irmão é uma entidade presente no universo de 1984. Na trama, ele não aparece em público nem sequer fala com ninguém. Não se sabe sequer se é, de fato, uma pessoa real ou algo inventado pelo Regime para instaurar o medo. Tudo o que se sabe é que “o grande irmão está te observando” (big brother is watching you no original), o que, por si só, já é o suficiente para incentivar as pessoas a andar na linha e não cometer os chamados “crimes de pensamento”. Quer mais “semelhanças” com o programa da Globo? Pois bem, na sociedade idealizada por Orwell, em cada residência existe uma teletela. As teletelas nada mais são do que câmeras que garantem a vigilância da população que, sabendo-se observada, é ainda mais cuidadosa com o que se diz, o que se faz e o que se pensa.

1984 é claramente uma crítica aos regimes totalitários. Escrita em forma de metáfora, a trama aborda aspectos como o controle do governo sobre a sociedade, a vigilância (sob o falso pretexto da segurança) e a intolerância com o pensamento livre, entre outros. O livro gera discussões filosóficas quase infinitas, e deveria ser de leitura obrigatória para todos aqueles que ainda sonham com um mundo mais justo. Sem 1984, livros YA aclamados hoje em dia, como a série Feios e a trilogia dos Jogos Vorazes, jamais existiriam. Eu li para a faculdade e, juro, mudou o meu modo de pensar radicalmente. Figura ao lado de Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, como um dos meus livros favoritos sobre sociedades distópicas.

Para quem se interessou pelo assunto, existe também um filme homônimo baseado na obra. Eu assisti durante a faculdade para um trabalho sobre simulacros e lembro até hoje, mas na época foi um parto para conseguir, pois eu não encontrava para alugar ou baixar: tive que ir assisti-lo na videoteca do CCBB. Achei meio chatinho, para falar a verdade. É um daqueles casos em que o livro é infinitamente superior à adaptação para a telona. De qualquer forma, fica aí a dica para quem quiser assistir.

Eu fiz um vídeo falando um pouco sobre o livro, Se você gostou, por favor, clique em “gostei” e se inscreva no meu canal para acompanhar as atualizações! Volta e meia eu dou pinta lá falando um pouco sobre meus livros favoritos.

Você já leu o romance de George Orwell? Se interessa por sociedades distópicas? E, a pergunta que não quer calar, tem o costume de assistir ao BBB? Vamos discutir lá nos comentários! =D

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