Sei que o título deste post soa estranho (e um tanto enigmático também). Mas, francamente, não consigo imaginar outra expressão para definir a ‘falta de tato’ destas pessoas que recriminam a invasão de ambulantes pelas principais avenidas, contudo, não deixam de comprar as mercadorias vendidas por eles.
Então, vamos encarar a situação de frente: verão, temperaturas altíssimas e, pra piorar, um trânsito caótico. Exageros à parte, quem mora em grandes centros, como Rio e São Paulo, dificilmente consegue escapar de algum engarrafamento. Se a opção for pelo transporte público, pode incluir pelo menos mais ‘meia horinha’ debaixo daquele sol escaldante.
Nessas horas, a reação costuma ser a mesma – abrir a janela do ‘busão’ ou abaixar o vidro do carro para gritar: “Moço, uma água, por favor”. Ok, o bom senso manda lembranças e a gente sabe que deve se precaver contra esse tipo de eventualidade colocando uma garrafinha de água na bolsa.
Só que não adianta tampar o sol com a peneira: a garrafinha de água esquenta, o copinho de água acaba rápido e a sede sempre aperta nos momentos mais inoportunos. E convenhamos, na correria do dia a dia, quem anda com uma garrafa d’água térmica a tiracolo para baixo e pra cima?
Ok, falando assim, parece até que os fins justificam os meios. E, definitivamente, não compartilho dessa opinião. Além de arriscarem a própria vida e a de outras pessoas, os ambulantes também dificultam o fluxo do trânsito. Ainda há o perigo de contaminação, pois nem sempre se sabe a origem da água comercializada. E é justamente nesta época do ano que o vírus da hepatite A ‘tira onda’ com os brasileiros.
Não é o caso de apontar vilões, mas fico pensando se nessa história não há mais de um responsável. O que você acha?
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