A trilha sonora é responsável por grande parte do sucesso de um filme. Ela compõe a narrativa cinematográfica tanto quanto a iluminação, o ângulo ou a edição. Afinal, você já parou para pensar no que seria Jaws sem a trilha sonora? Ou a cena do chuveiro de Psicose sem nenhum som? Com certeza seria menos assustador. A trilha é responsável por te levar à Terra Média de O Senhor dos Anéis e querer dançar com Uma Thurman e John Travolta em Pulp Fiction. Mas, às vezes, são os barulhinhos – que dão nome ao post – o segredo de uma ótima trilha sonora.
Um filme (nem tão) recente que me conquistou pela inteligência com que associou música a esses “barulhinhos bons” foi Desejo e Reparação, uma adaptação do livro de Ian Mcwen por Joe Wright. Na história, uma menina com pretensões a escritora acusa o filho da governanta da família de estupro. A acusação tem repercussões dramáticas e ela passa o resto da vida tentando se redimir do fato. A máquina de escrever da personagem principal faz parte da trilha sonora, determinando o ritmo e a natureza da narrativa. Nunca ficou tão claro como as palavras – nesse caso sob o tiroteio de uma máquina de escrever – podem machucar tanto.
Não foi nenhuma surpresa a vitória de Dario Marianelli no Oscar de 2008.
Neste ano, a corrida está acirrada.
Trilha sonora
“As Aventuras de Tintim” – John Williams
“O Artista” – Ludovic Bource
“A Invenção de Hugo Cabret” – Howard Shore
“O Espião que Sabia Demais” – Alberto Iglesias
“Cavalo de Guerra” John Williams
A concorrência é bem desleal para Ludovic Bource, mas como a Academia gosta de apostar em algumas zebras, acho que O Artista tem chances de ganhar. A trilha do filme mudo já levou o Globo de Ouro, e faz uma bela homenagem ao cinema.
Mas, Bource tem que ganhar de nada menos que John Williams, o queridinho da Academia, que já levou 5 Oscars para casa e concorre com dois (!!) filmes; e Howard Shore, responsável pela trilha de O Senhor dos Anéis e ganhador de 3 Oscars. Apesar de não ter nenhuma estatueta na estante, para mim a maior concorrência de Bource é Alberto Iglesias, que fez um ótimo trabalho em O Espião que Sabia Demais.
E vocês, quais são suas apostas?
Eu amei a Trilha de Hugo Cabret, mas aposto em “O Artista”.