Já falei sobre a dificuldade de definir o que é a música alternativa em outro post. Afinal, não devo ser a única que se pergunta por que cargas d’água o Coldplay é considerado rock alternativo. Outras tantas bandas também se encontram sob o mesmo rótulo apesar de gozarem de grande sucesso comercial. De acordo com o Wikipédia,
Música alternativa é um termo usado para descrever
gravadoras independentes ou suas subsidiárias,
além de outras formas autônomas, do tipo faça-você-mesmo de produzir música.
Numa época em que até os artistas mais badalados montam estúdios em casa, continuo achando o rótulo alternativo um pouco difícil de engolir. Por alternativa, então, vou considerar aquelas bandas que pouca gente conhece (ou, pelo menos, é o que parece), mas que já estão se destacando em festivais pequenos ou entrando (não como atração principal) nos maiores.
A banda “alternativa” da vez na minha playlist é Ewert and the Two Dragons. O quarteto da Estônia (me superei dessa vez!) faz um indie rock muito simpático. Destaque para… o CD inteiro, sua percussão marcada, melodias pops (mas não previsíveis) e a voz melancólica do vocalista. Mas fiquem com Good Man Down, faixa que dá nome ao segundo álbum deles.
Cheios de prêmios no currículo, eles provavelmente não são muito alternativos pelos países bálticos. O vocalista, por exemplo, venceu um programa estoniano no estilo American Idol. De novo, alternativo é um termo muito escorregadio…
Ewert Sundja, Erki Pärnoja, Kristjan Kallas e Ivo Etti começaram a tocar juntos em 2008, fazendo covers de Sting, Radiohead, Jeff Buckley, entre outros. Em 2009, lançaram o primeiro CD, The Hills Behind the Hills, e passaram a atrair um público cada vez maior para suas apresentações. A consagração veio com um show no maior festival local, o Positivus, em 2010, quando Ewert and the two Dragons foi considerada a melhor banda do festival pela revista Rumba, uma publicação estoniana sobre música.
Eles acabaram de começar uma turnê na América do Norte, onde todas as bandas sonham em fazer sucesso. Como cantam em inglês, eles talvez tenham alguma chance. Mas, enquanto nem o Pitchfork, a meca dos hipsters e bíblia dos “alternativos”, escreve sobre eles, aproveito para desfrutar dessa pérola báltica e fazer o que os alternativos mais gostam de fazer: dizer que descobriram uma banda e torcer para que ninguém mais os descubra.
MySpace: http://www.myspace.com/ewertandthetwodragons