Dizem as más línguas que as mulheres mentem como ninguém. Para nossa alegria, há quem acredite que isso não seja totalmente verdade. De qualquer forma, esta semana poderemos tirar a prova dos sete, já que o assunto vai tomar conta do blog.
Embora renegada ao rol dos pecados capitais, a mentira também pode ser considerada uma estratégia de socialização. Daí ter surgido a expressão “mentira social”, quando ela é dita de maneira inofensiva, sem a intenção de provocar grandes prejuízos.
Para o senso comum, existem dois tipos de mentira: a “pecaminosa”, cujo ato de ocultar a verdade é danoso; e a mentira “necessária”, proferida com o intuito de proteger, poupar, aliviar, agradar e até suavizar a barra de alguém.
Esta, normalmente, costuma ser aceita pela sociedade e é mais facilmente percebida no dia a dia. Vejamos alguns casos: “Seu tempero é muito bom” (quando a comida é indigesta), “Você vai ficar boa logo” (paciente em fase terminal), “Seu pai era um homem trabalhador” (nuca fez nada na vida).
A mentira “necessária” também se aproxima daquilo que, na língua portuguesa, chamamos de eufemismo. Para quem perdeu (ou esqueceu) a lição, o eufemismo é uma figura de linguagem que emprega termos mais agradáveis para abrandar uma expressão.
A forte ligação entre eufemismo, mentira e literatura foi reforçada nos versos de famosos escritores brasileiros. Segundo Mário Quintana, mentiras são “verdades que esqueceram de acontecer”. Machado de Assis escreveu: “Diante de tanta tristeza, ela preferiu faltar com a verdade”.
Porém, não se enganem: alguns eufemismos não passam de preconceitos velados. Durante muito tempo, por exemplo, os negros foram qualificados como “pessoas de cor”, “morenos” ou “de pele mais escura”.
E você, costuma falar mentira ou somente eufemismos? Me conta a verdadenos comentários.