Duvido quem nunca tenho ouvido uma mãe ou um pai mentir ou pelos menos omitir a presença de um ingrediente na receita. Ou então, quando você vai ao mercado, para no setor de hortifrúti e vê escrito na embalagem da hortaliça “alface hidropônico” achando que é uma verdura orgânica. E a publicidade dos alimentos? É o hambúrguer maravilhoso na propaganda que quando chega à mesa revela uma aparência sem graça.
Até que ponto vale mentir? Sobre os “pratos da mamãe” – vamos dizer assim -, não posso responder porque não tenho filho. E não acho que seja tão grave mentir sobre o uso de um ingrediente. Por exemplo, muitos não gostam de cebola. Você pode ralá-la que a sensação de sentir o gosto e/ou pedaço vai embora. Ou substituir por algo similar como a cebola roxa.
Agora, enganar o consumidor é um absurdo. E viva o Procon! Aproveitando, alface hidropônica é aquela cultivada em meio aquoso com nutrientes artificiais. Portanto, não é orgânico. Nesse caso, o que me incomoda, é a informação não clara que tende a confundir o consumidor. Já a publicidade, olha, tenho certeza que isso daria uma bela discussão. No entanto, acho que o senso comum tem a capacidade de perceber que a comida da propaganda é diferente em vários aspectos (como cor, textura etc) da real.
Não que a real seja pior; afinal, não teríamos pessoas impressionadas ao receber o seu pedido, mas a minha referência é aquela comida de fast food. E para quem tem um olhar mais apurado, naturalmente perceberá que a comida da publicidade foi fotografada e baseada em técnicas de iluminação e afins.
Esse meu texto foi uma verdadeira salada de pensamentos meus sobre a relação entre mentira e comida. O que você pode falar da mentira na Gastronomia?
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