Meio Ambiente: “Alimento dos deuses” e das florestas

A Páscoa é: “passagem” para a vida. Sem desmerecer o tradicional e fértil coelho, o ovo, as luzes, velas e fogueiras – entre outras referências da religiosa comemoração pascoal –, hoje iremos falar sobre as origens do ingrediente que se tornou igualmente importante e repleto de significados na Páscoa e na história, desde antigas civilizações. O nome cacahuatl (cacau) ou cacahuaquahuitl (cacaueiro) é de origem asteca; e chocoatl (chocolate), de origem maia.

Atendendo aos paladares desde o popular ao mais sofisticado, o doce e gorduroso alimento conhecido como ‘manjar dos deuses’ ou chocolate também proporciona vitalidade, energia, e – por que não dizer – passagem, ainda que seja a dos estados de espírito.

“Além de afrodisíaco, o chocolate já foi  considerado um pecado, remédio, ora sagrado, ora alimento profano. Os astecas chegaram a usá-lo como moeda, tal o valor que o alimento possuía.”

“Theobroma cacao L.” é o nome científico da sua matéria-prima – o cacau – que tem o Brasil como um dos maiores produtores do mundo. A maior parte da produção nacional, cerca de 90% do cacau brasileiro, é proveniente da região cacaueira da Mata Atlântica do sul da Bahia, mais precisamente na faixa que se estende entre Ilhéus-Itabuna. O cultivo deste fruto é capaz de gerar lucros socioeconômicos para a região, inclusive no setor turístico, além de benefícios ecológicos como a preservação e revitalização das florestas.

Buscando ampliar a renda, alguns agricultores reintroduziram o cacau na região amazônica, substituindo a produção pecuária – que requer a prática de queimadas – e possibilitando o reflorestamento das áreas devastadas. O cacaueiro mantém uma produção abundante e satisfatória até os trinta anos; sua espécie pode viver mais de cem. Caracterizado como uma planta umbrófila, Theobroma deve ser cultivado na sombra permanente e, em geral, é semeado entre bananeiras, árvores de porte superior e sob as copas de espécies típicas da região, não exigindo a derrubada de árvores.

Por sua capacidade de devolver ao solo grande parte dos nutrientes que dele retira – sendo um cultivo renovável e perene –, o cacaueiro é reconhecido, entre estudiosos, como uma planta conservacionista e ecológica. A quem interessar conhecer mais sobre esta espécie, confira um breve e interessante documentário sobre a história do cacau e o Chocolate da Mata Atlântica:

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