Ainda faltam quase duas semanas para a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, no próximo dia 27. Mas os brasileiros já conquistaram uma vitória importante: pela primeira vez os torcedores terão a oportunidade de acompanhar, na íntegra, todas as 302 cerimônias de premiação.
Tal conquista será possível graças ao crescimento das redes sociais e aos vídeos transmitidos em tempo real na internet. A expectativa é de que o evento desperte o interesse do público nacional para outras modalidades, além de familiarizá-los com atletas menos conhecidos.
Os Jogos de Londres também prometem revolucionar a maneira como a cobertura esportiva é feita no Brasil. No país, a imprensa mantém a tradição de privilegiar os esportes praticados com bola, à exceção da ginástica artística, da natação e, mais recentemente, do boxe.
Já outras modalidades olímpicas dificilmente compartilham do mesmo espaço no noticiário. Para isso, os atletas precisam suar o uniforme e mostrarem que são bons de competição. Foi assim que nomes como Maurren Maggi (foto), Fabiana Murer, entre outros, alcançaram o holofote.
As confederações esportivas, por sua vez, reclamam da falta de exposição: sem o devido espaço na mídia, os atletas dificilmente conseguem patrocínio e acabam reféns da verba oriunda da Lei Agnelo/Piva. Sancionada em 16 de julho de 2001, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a lei destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais em favor do Comitê Olímpico Brasileiro (85%) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (15%).
Em defesa própria, profissionais de comunicação alegam que a audiência brasileira continua fiel aos campeonatos de futebol. E que, portanto, qualquer investimento maciço noutra modalidade causaria prejuízo. Será?!
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