The Vaccines Come of Age

 

Um mês antes do lançamento oficial, o novo CD do The Vaccines vazou e tive que conferir. Já falei sobre o primeiro CD da banda, What did you expect from the Vaccines?, aqui. Na época, não fiz uma crítica muito positiva, mas The Vaccines é o tipo de banda que, quando mais você ouve, melhor fica. E foi justamente essa a minha impressão ao escutar The Vaccines Come of Age.

Os dois singles lançados nos últimos meses, No Hope e Teenage Icon, enganam. As músicas do novo CD são sim, na sua maioria, tipicamente ‘viccinescas’ – rápidas e barulhentas -, mas o álbum traz surpresas, como All in Vain, Ghost Town, Weirdo e I Wish I was a girl. O contraste entre músicas que seguem a receita do primeiro álbum e outras que até demoram a fazer sentido, é o momento em que cada uma foi composta. Teenage Icon foi escrita no auge do hype, logo após o lançamento do primeiro CD. Aftershave Ocean, em março de 2012.

Apesar de afirmarem que o nome do CD não deve ser considerado na sua tradução literal, algo como “Os Vaccines amadurecem”, e sim em referência à letra de No Hope, em que Justin Young canta as dificuldades de amadurecer, as músicas do segundo CD representam sim, um amadurecimento do Vaccines como banda. Embora sejam menos espontâneas, nas músicas desse álbum eles mostram muito mais do que são capazes como músicos.

The Vaccines é uma banda de punk por causa das letras e acordes simples, mas é, acima de tudo, uma banda pop. Um pop do tipo que não se faz mais: conduzido pela guitarra e com músicos de verdade. Numa entrevista, o guitarrista da banda, Freddie Cowan, deu um panorama pouco otimista da música pop atual:

I do think pop music has declined to a kind of really awful point. I love pop music, but the radio I hear…it’s been degraded to such a low point where the hooks aren’t even words anymore, they’re just noises. (Clash Music)

Na arte do álbum e dos singles, uma referência aos Smiths.

Capa do single de No Hope

Capa do single de Teenage Icon

Come of Age ainda não é o álbum definitivo do The Vaccines e, apesar de ter gostado, tenho a mesma dúvida que tive ao terminar de ouvir o primeiro deles: afinal, eles corresponderam ao hype? Já que o grupo gosta tanto de títulos provocantes, sugiro que o próximo álbum se chame What Comes Next?.

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