O Vingador do Futuro está de volta

Douglas Quaid (interpretado por Colin Farrell) sonha em ter uma vida melhor. Ele é um operário trabalhando na Terra, no futuro. Apesar de ser casado com uma mulher linda, Lori (Kate Beckinsale), e viver num lugar mais legal que o nosso mundo, ainda assim se sente insatisfeito. Mas existe uma empresa, a Rekall, que implanta memórias na mente de seus clientes, tão reais quanto à realidade. Quaid então contrata a Rekall para ser um agente secreto e ter em sua mente as lembranças de uma grande aventura.

Mas algo dá errado no procedimento e ele logo começa a ser perseguido. Envolvido num conflito entre duas facções que representam os únicos lugares ainda habitáveis da Terra, ele se descobre o salvador da Resistência. Sua esposa não é esposa, mas sim uma agente colocada para vigiá-lo. E a única que pode ajudá-lo é a misteriosa Melina (Jessica Biel). A perseguição vai fazer com que Quaid viva a aventura pela qual pagou… Ou tudo não passa de um sonho? E se Quaid nunca saiu da mesa da Rekall, e está vivenciando tudo isso apenas em sua imaginação, exatamente o serviço pelo qual contratou a firma em primeiro lugar?

Este O Vingador do Futuro é a refilmagem do longa homônimo de 1990, estrelado por Arnold Schwarzenegger e dirigido por Paul Verhoeven. Apesar de ser um blockbuster, o antigo possuía duas qualidades incontestáveis. Em primeiro lugar, contava uma história genuinamente interessante, explorando a ambuiguidade entre o real e a fantasia, bem como o dilema de um homem. Quaid (e por consequência, todos nós), somos fruto apenas de nossas lembranças e nosso passado? Ou somos definidos, sobretudo, pelo que fazemos?

A outra grande qualidade do filme era a de possuir uma visão artística forte e inconfundível no comando. Verhoeven era politicamente incorreto e maluco, e transmitia essa energia maluca para seus filmes. O Vingador do Futuro original era um filme onde não se estranhava ver uma prostituta de três seios. Ela até aparece nessa refilmagem, mas sua aparição é gratuita e não faz sentido. E isso sintetiza o que há de errado com esta nova versão.

O diretor Len Wiseman, criador da série Anjos da Noite e do divertido Duro de Matar 4.0 (2007), ama esse tipo de filme. Mas seu O Vingador do Futuro não tem personalidade e é genérico. Apesar de todo o esforço do elenco, o filme nunca engrena. Farrell é esforçado e adequado como Quaid, mas as atrizes são limitadas. Kate só faz pose de má e a personagem de Jessica não se registra na memória do público, além de ser absolutamente rasa.

O filme só se destaca um pouco nos seus aspectos técnicos. Os efeitos visuais e trabalho sonoro são perfeitos, mas a direção de arte é diretamente chupada de outros filmes, como Blade Runner: O Caçador de Androides (1982) e Minority Report: A Nova Lei (2002) – curiosamente, ambos são baseados em contos do escritor Phillip K. Dick, o mesmo autor da história que inspirou O Vingador do Futuro.

A história segue basicamente os mesmos passos do original, mas sem nenhum traço de empolgação. O novo O Vingador do Futuro é um filme sério demais e sem nada para diferenciá-lo do blockbuster padrão de Hollywood. Sinceramente, um filme repleto de robôs, carros voadores e coisas futuristas deveria ser mais legal.

Cotação: ★★  Regular

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