OS MERCENÁRIOS 2: os veteranos voltam à ação

Há alguns anos, o incansável ator/diretor/roteirista Sylvester Stallone teve uma ideia: reunir num só filme grandes astros do cinema de ação. A intenção era de celebrar os velhos filmes do gênero, sobretudo aqueles da década de 80. O resultado foi Os Mercenários (The Expendables, 2010), sucesso de bilheteria e nem tanto de crítica.

O primeiro Os Mercenários foi um filme apenas passável. Apesar da propaganda, havia somente três nomes de peso, realmente, no filme: Stallone, Jason Statham representando a nova geração, e o astro asiático Jet Li. Por restrições de agenda, atores mais ilustres como Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis apareceram apenas em uma cena. O filme também foi prejudicado por uma montagem muito picotada, que atrapalhava o entendimento das cenas de ação. Felizmente, Stallone e os produtores aprenderam algumas lições e aperfeiçoaram o trabalho nesta sequência, maior e um pouco melhor que o original, em todos os sentidos.

 Os Mercenários 2 inicia-se em plena ação, quando reencontramos Barney Ross (Stallone) e sua equipe: Christmas (Statham), Yang (Li), Gunnar (Dolph Lundgren), Caesar (Terry Crews) e Tool (Randy Couture), agora acompanhados do cara novo, o jovem Billy (Liam Hemsworth). Não demora muito, o sr. Church (Willis) reaparece e recruta os mercenários para uma nova missão, sob pena de serem presos pelos acontecimentos do filme anterior. Eles devem recuperar um minicomputador que dá acesso a um carregamento de plutônio. O terrorista Jean Villain (Jean-Claude Van Damme), como seu sobrenome óbvio indica, também deseja o plutônio para fins nefastos, e passa a travar uma verdadeira guerra com os mercenários pela posse do artefato. Mas os heróis terão ajuda, notadamente do rival de Ross, Trench (Schwarzenegger), e do lobo solitário Booker (Chuck Norris, voltando ao cinema depois de anos ausente).

Percebe-se que a trama é um mero pretexto para as cenas de tiroteio e pancadaria. Mas isso não constitui um defeito da produção. Os atores e o diretor Simon West sabem exatamente o tipo de filme que estão fazendo – algo semelhante a um grande concerto de velhas lendas do rock, e cada um tem seu momento para tocar sua música mais conhecida. A experiência de West com filmes de ação também torna este segundo Mercenários um espetáculo mais bem acabado que o original. As sequências de ação são mais eficazes e melhor editadas desta vez.

O diretor também sabe que o público vai ver este filme por causa dos atores. Por isso, a narrativa ocasionalmente é interrompida para a introdução de mais um ícone do cinema de ação (Norris, em especial, tem uma entrada em cena muito efetiva e engraçada). Schwarzenegger tem a chance de dizer novamente sua famosa fala “Eu voltarei”. Willis e Van Damme se divertem (este último até faz um bom vilão). E Stallone demonstra vigor físico impressionante, e a cena de luta entre ele e Van Damme é bem energética (percebe-se que os atores fizeram eles mesmos a maior parte da luta).

Alguns filmes não só contam uma história, desejam contá-la do modo mais auto-referencial possível, jogando constantes piscadelas para a audiência. São os filmes sobre outros filmes, e Os Mercenários 2 é um deles. Além disso, é também uma celebração a um tipo de filme de ação que hoje em dia quase não existe mais. Se isso é uma coisa boa ou não, fica a cargo de cada espectador decidir. Mas uma coisa é certa: hoje em dia ver esses caras “agindo em bando”, como diz o personagem de Chuck Norris no final do filme, é uma experiência um pouco melhor do que vê-los em carreira solo.  E quem, em sã, consciência, vai discordar de Chuck Norris?

 Cotação: ★★★  Bom

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