Cada político tem a trilha sonora que merece

Dizem que é melhor não falar de política, religião, futebol … e música se você não quer entrar numa discussão. Neste post, vou ultrapassar a linha de segurança e falar de dois assuntos proibidos: música e política. O Brasil e os Estados Unidos estão em período de eleições. É hora de ver alianças improváveis surgirem, personalidades fazendo declarações de apoio e os comícios ganharem aspecto de show. Bem, muitas vezes, são shows mesmo.

O bafafá mais recente das eleições cariocas foi o show que reuniu Chico Buarque e Caetano Veloso em apoio à candidatura de Marcelo Freixo (PSOL). A reunião, por si só, já é histórica. Há anos sem subirem aos palcos juntos, Caetano e Chico cantaram “Medo de Amar” (de Vinicius de Moraes), “O X do Problema” (Noel Rosa), e “A Voz do Morro” (Zé Keti). Freixo, para quem a dupla arrecadou R$200 mil, não pode comparecer ao evento, que foi caracterizado como showmício pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio), o que é proibido pela legislação.

Seu principal opositor, Eduardo Paes, também tem uma “banda de apoio” de responsa. Dudu Nobre, Diogo Nogueira, Alcione, Monarco da Velha Guarda da Portela e o cantor Buchecha são alguns.

Nos Estados Unidos, a política também busca apelo público em bandas e músicos consagrados. Este ano, Barack Obama usou “We Take Care of Our Own”, do novo álbum de Bruce Springsteen, no fim do discurso do presidente no Comitê Democrata Nacional. Obama pode ter saído como um rock star, mas quem certamente se deu bem foi Springsteen. A venda da música aumentou 409% segundo a Billboard norte-americana.

A campanha de Obama tem até trilha sonora – bem eclética, por sinal – que pode ser ouvida através da página do Facebook  do presidente(serviço não disponível no Brasil). A estratégia faz parte da campanha “jovem” do partido democrata e inclui nomes como No Doubt, Noah and the Whale, Arcade Fire, Florence + The Machine e Wilco. O mesmo não é feito por Mitt Romney, mas o candidato também tem parceiros do mundo musical, como Kid Rock. O histórico republicano não é dos melhores quando se trata de uso de músicas. Springteen já teve “Born in the USA” usado – sem autorização – na campanha de Ronald Reagan. Romney já se envolveu num debate do tipo ao usar, em agosto, a música Panic Switch, da banda Silversun Pickups, num de seus pronunciamentos. A resposta do grupo foi rápida e enfática: não autorizamos o uso!

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