O peixe faz bem à saúde, mas…

Você já deve saber que a comida japonesa – que traz o pescado como seu carro-chefe – sugere um sério risco alimentar, já que um mau acondicionamento e preparo do peixe cru torna-o um alimento vulnerável a microorganismos que, em grande quantidade, podem causar graves infecções ou intoxicações alimentares. Também deve conhecer os boatos que circulam por aí sobre esta culinária:

– Comida japonesa não engorda. (mentira)

– Ao comer, sinto-me satisfeito sem ficar “empanzinado”. (verdade)

– Comendo “japa” não preciso me preocupar com a saúde. (mentira)

– Comida japonesa previne o envelhecimento. (verdade)

– Os benefícios desses alimentos só são sentido pelas mulheres. (mentira)

– Não existe sushigirl porque mulher não pode preparar sushi devido a sua temperatura corporal elevada, o que causaria alteração no sabor do peixe e um leve cozimento. (uma invenção masculina?!)

Entre mitos e verdades que surgem em torno desta iguaria, podemos destacar a mais importante: comida japonesa engorda, sim (principalmente quando em excesso), mas também previne o envelhecimento precoce e estimula a saúde do cérebro, graças à proteína Ômega 3 encontrada em peixes como o salmão e o atum. Seja por modismo e/ou pela busca de hábitos alimentares mais saudáveis, o fato é que o prato tradicionalmente japonês veio para ficar, nos quatro cantos do mundo. E, em muitos de países, o pescado é uma fonte relevante de emprego, lucro e trocas comerciais, o que, por outro lado, vem ocasionando desequilíbrio no ecossistema.

“Um atum-azul pode pesar o mesmo que um cavalo (500 quilos) e render 10 mil cortes do sashimi mais suculento e caro do mundo. (…) É por isso que, enquanto cardumes deles nadam pelo Mediterrâneo, superpesqueiros rondam à sua caça, com a ajuda de sonares e de aviões localizadores. E leva para o Japão. (…) Então seguem seu caminho rumo ao desaparecimento e às mesas dos aficionados por sushis.” (Planeta Sustentável/Abril)

O peixe está, literalmente, no fim da linha. Assim como o atum-azul, hoje, muitas espécies de peixes já estão ameaçadas, pois já utilizamos ou pescamos em quantidade considerada muito além do sustentável, em torno de 80%. Pensando no aumento da demanda por frutos do mar e o esgotamento de peixes nos oceanos, o Sushi Bamboo, localizado nos Estados Unidos (Portland, Oregon), é o primeiro, certificado, restaurante de comida japonesa sustentável do mundo.

Eles assumem o compromisso de não utilizar, no preparo das refeições, espécies que estejam na lista dos ameaçados de extinção. Pela certificação verde, toda a operação do restaurante é monitorada e controlada desde o poder de compra à quantidade de água que eles utilizam, os recipientes 100% biodegradáveis, fontes de energia renováveis e o programa de compostagem, reduzindo a produção de lixo.

Por meio de parcerias com a The Nature Conservancy, o WWF, o Monterey Bay Aquarium, a Universidade de Miami, entre outros, cada dólar gasto no restaurante ajuda a manter espécies protegidas e o Bamboo Sushi gerencia alguns projetos ecológicos, como o de proteção marinha, de plantação de árvores para cada garrafa de vinho que vendem e a utilização de material de construção sustentável e lâmpadas de LED na estrutura do próprio restaurante. A mensagem que nos deixam é a de que sustentabilidade e negócios podem coexistir, e com sucesso.

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