Além de ser desagradável para os pedestres e um risco de contaminação à saúde humana, não recolher as fezes deixadas pelo seu bichinho de estimação nas ruas, pode acarretar multas… ou gerar energia!
A Câmara Municipal de Jerusalém foi a pioneira a implantar um projeto de fiscalização dessa dimensão no mundo, por meio da criação de um banco de dados de DNA dos animais – que é coletado pela saliva – para identificar e multar os donos que estiverem fora da lei. Esta nova regra obriga os proprietários a realizarem a identificação de seu cachorro. As multas ocorrem em caso de recusa do proprietário a esta norma e quando o cão e seu dono são pegos em flagrante por fiscais da prefeitura, acarretando uma pena em torno de R$ 400,00 reais. A meta é que a maioria dos cachorros da cidade tenha o seu DNA registrado até o início de 2014.
Já na cidade de Cambridge, no Massachusetts (EUA), alguns designers trouxeram uma solução criativa, mais proveitosa e eficaz para o problema, através do “Park Spark Project” (http://parksparkproject.com/home.html), que recomenda o recolhimento dos dejetos em sacolas biodegradáveis e despejo em biodigestores ou digestores de metano, implantados em locais públicos, para gerar energia elétrica em postes de luz e outras instalações de praças e parques.
Sabemos que a utilização da energia da biomassa é de fundamental importância no desenvolvimento de novas alternativas energéticas. O mecanismo dos biodigestores pode ser aplicado aos dejetos de animais – biomassa residual – das criações de aves, porcos e gado, representando, inclusive, uma fonte de receita complementar para os pecuaristas, seja com a venda da energia produzida, com a comercialização dos créditos de carbono (estabelecidos pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Kyoto) ou com a venda de biofertilizantes, que são subprodutos deste processo. E isto já é realidade e apresenta grande potencial, no Brasil, entre produtores do oeste do Paraná, em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel).
O esterco de animais contabiliza milhões de toneladas todo ano. O desafio de dar um destino a esses dejetos, com a biodigestão da matéria orgânica, proporciona um benefício ao meio ambiente, além de gerar renda e energia elétrica para as atividades humanas. A tecnologia apresentada seria muito bem proveitosa, inclusive, em abrigos de animais.