Manifestantes cariocas – em sua maioria, jovens –, saíram às ruas, neste sábado, em protesto contra a destruição de uma área ambiental na Barra da Tijuca. A área, que está sendo desmatada para a construção de um resort, faz parte do bioma da Mata Atlântica, já terrivelmente ameaçado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), hoje, o município do Rio de Janeiro apresenta 93 Áreas Protegidas, dentre elas: 34 Parques, 26 Áreas de Proteção Ambiental, 3 APARUs, além de outros importantes espaços de proteção ambiental.
As Áreas de Proteção Ambiental – APAs abrigam espécies da fauna e da flora, raras e ameaçadas, sendo criadas, principalmente, com o objetivo de proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, refletindo-se, inclusive, na qualidade de vida das populações humanas. Essas áreas, entretanto, sofrem ameaça constante, inclusive, por invasão de condomínios residenciais, indústrias e empresas, ainda que os casos não tenham grande destaque na grande mídia por ocorrerem em regiões menores.
Desta vez, um empreendimento projetado na Zona Oeste do Rio, despertou a atenção. A construção de um hotel da rede norte-americana Hyatt em um terreno de aproximadamente 45 mil m², que já pertenceu a Área de Proteção Ambiental da Reserva de Marapendi, na Barra da Tijuca – e que não passou por autorização de um conselho da APA –, fere esse controle do processo de ocupação na região, que é inerente à ordenança desta categoria de proteção ambiental, além de representar mais uma ameaça ao bioma da Mata Atlântica que se estende por esta faixa. O projeto inclui um campo de golfe. É importante lembrar que este bioma, que já ocupou grande da costa brasileira, mantém, hoje, apenas 7% de sua cobertura vegetal preservada, com maior abrangência nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
Um dos impasses entre os empreendedores e os manifestantes reside no fato de que, em 2005, a área envolvida foi excluída do programa de proteção, por uma lei municipal, que pode ser considerada anticonstitucional se confrontada com a instância federal sobre a preservação destes locais.
O corte das árvores e a desorientação dos bichos que ficaram desalojados com a derrubada chamou a atenção de moradores da área próxima à Praia da Reserva, visitantes do local e ativistas ambientais, o que gerou burburinho nas redes sociais e a criação de um abaixo-assinado online:
(http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=RESMARJA). O assunto culminou em um protesto organizado nas ruas, com cerca de 500 manifestantes, neste último sábado, interditando a Avenida Lúcio Costa, em frente ao canteiro de obras do hotel Grand Hyatt Rio, na orla da Barra.
Até agora, o movimento pela Preservação do Parque do Marapendi e Praia da Reserva, no Facebook, já ultrapassa 1.700 seguidores. http://www.facebook.com/PraiaReserva
Os cariocas engajados pretendem levantar sua bandeira às autoridades e repudiam a posição do prefeito Eduardo Paes, que teria prometido, antes das eleições, preservar regiões arborizadas na região. Ao que tudo indica, vem mais protesto por aí!
2005
2012
Por Jéssica Lauritzen