Relutei a gostar deles. São hipsters demais e eu não preciso de outra banda que resiste a entrar no mainstream – apesar de já ter sido engolida por ele. Preconceito puro, reconheço, mas Edward Sharpe and the Magnetic Zeros acabou por me (con)vencer. Lançado em maio deste ano, Here, o segundo álbum da banda, parece saído dos anos 60. Da capa psicodélica até as canções que valorizam o amor e a vida em comunidade, passando pelo visual sujo e hippie adotado pelos 12 (!) integrantes. Bem vindos à era de aquário do século XXI.
No início dos anos 2000, quando as guitarras sujas e barulhentas do Strokes e cia faziam sucesso, um movimento paralelo, liderado por Devendra Banhart, começou a se espalhar pelos Estados Unidos. Multiplicaram-se coletivos de músicos e o folk renasceu. Nesse contexto, surgiu Edward Sharpe and the Magnetic Zeros.
Quando Alexander Ebert precisou se livrar das drogas – e do rock progressivo de sua primeira banda, IMA Robot – para adotar um estilo de vida mais simples, saudável e relaxado; criou a persona messiânica de Edward Sharpe. A figura do líder religioso-musical de Edward Sharpe serve de porta-voz para letras que giram em torno de Deus e da religião, como Dear Believer, em que Edward canta “reaching for heaven is what I’m on Earth to do”.
Em comparação com o primeiro álbum, Up From Bellow, Here apesenta melodias mais suaves e letras mais reflexivas. Destaque para That’s What’s Up e Man on Fire. Eles conseguiram recriar o tom nostálgico do primeiro CD, que remete à época dos grandes festivais e do verão do amor. No entanto, é nas apresentações ao vivo que a banda mostra todo seu potencial. Confiram I Don’t Wanna Pray:
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