“Coma de forma ecológica e tenha paz no seu estômago.” Este é o lema do Projeto Comida Ecológica do engenheiro ambiental Daniel Francisco de Assis, formado pela PUC-Rio e especialista em alimentação viva. O programa segue os princípios de que o alimento deve ser 100% ecológico: crú, vegano, maduro, orgânico, fresco e integral.
Dizemos que é uma “alimentação ecológica” porque a preocupação com a saúde, por meio de uma alimentação saudável, se reflete também no meio ambiente. De acordo com Daniel, “a quantidade de energia gasta para produzir um quilo de proteína animal é muito maior que a despendida para se produzir um quilo de proteína vegetal, nas mesmas condições técnicas e nutritivas”.
Os produtos orgânicos apresentam alto valor nutritivo, são desintoxicantes, antioxidantes e previnem algumas doenças; trazem o benefício de serem cultivados livres de agrotóxicos e de aditivos químicos, além de contribuir para o desenvolvimento da agricultura familiar orgânica, voltada para esse tipo de sistema produtivo, que respeita o tempo, as limitações de solo, água, ritmo, clico e clima da natureza, ou seja, contribuem para a sua proteção ou regeneração.
O mercado de alimentos orgânicos, e de produtos verdes em geral, ainda sofre críticas por apresentar preços mais elevados e maior tempo de produção em comparação aos alimentos convencionais, mas este cenário tende a mudar com o aumento da demanda do consumidor e o aquecimento da economia. As produções orgânicas ou agroecológicas vêm ganhando espaço a cada ano e movimenta, hoje, no Brasil, cerca de meio bilhão de reais, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em geral, o alimento orgânico apresenta um selo de certificação em sua embalagem que valida a origem produtiva.
E por falar em orgânicos e nos seus valiosos benefícios para o organismo e para a natureza, temos uma boa dica para quem quer se desintoxicar, principalmente após as festas de fim de ano! Com legumes, grãos germinados, frutas (que são um grande reservatório de energia solar da natureza), brotos e folhas verdes (ricos em fibras e clorofila), a receita abaixo é do suco de luz*, desenvolvido pela designer e professora da PUC-RJ Ana Branco.
*Ingredientes
1 maçã
1 pepino
Grãos germinados*
Folhas verdes comestíveis
Legumes e raízes: cenoura, abóbora, maxixe, batata-doce, inhame, quiabo, couve-flor, abobrinha, nabo, beterraba.
Modo de preparo
Corte a maçã em pedaços pequenos e tire as sementes grandes. Coloque no liquidificador. Use um pepino como socador para extrair o líquido de dentro das hortaliças. Acrescente os grãos germinados*, as folhas verdes comestíveis, o legume e a raiz escolhida na proporção indicada, variando as hortaliças sempre que possível e privilegiando as de produção orgânica. Coe em um pano e beba logo em seguida.
Como germinar grãos: Coloque de uma a três colheres de sopa de grãos em um vidro e cobrir com água limpa. Deixe de molho por uma noite (8 horas). Cubra o vidro com filó e prenda com elástico. Despeje a água e enxague bem sob a torneira. Coloque o vidro inclinado em um escorredor em um lugar sombreado e fresco. Enxague pela manhã e à noite. Nos dias quentes, é preciso lavar mais vezes. Os grãos iniciam sua germinação em períodos variáveis. Em geral, estão com sua potência máxima logo que sinalizam o processo do nascimento, quando ficam prontos para serem consumidos.
Sugestões de sementes comestíveis: girassol, painço, niger, colza, aveia, trigo, linhaça, arroz, soja, centeio, gergelim, grão-de-bico, amendoim, lentilha, nozes, castanha-do-pará, amêndoas, ervilha, feno-grego etc.
Um dos ingredientes mais importantes é a “grama” do trigo, muito rica em clorofila. Compre as sementes de trigo e coloque em bandejas de isopor ou copos plásticos. Basta regar e esperar brotar. O ideal é comer enquanto está verdinha.”
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