Você já imaginou o que aconteceria se fosse à guerra aos 17 anos? Não a qualquer guerra, mas ao desumano combate de trincheiras da 1ª Guerra Mundial? Tristan Sadler, um inglês igual a todos os outros – pelo menos à primeira vista – foi um dos milhares de jovens soldados enviados ao campo de batalha no início do século passado.
Por que eu vim parar aqui?, indaguei. Para quê? Se era redenção o que eu procurava, não havia nenhuma. Se era compreensão, não havia ninguém capaz de oferece-la. Se era perdão, não o merecia.
Se os 17 anos não bastasse como um período de descobertas, Sadler leva seus questionamentos e dúvidas para o pior dos cenários. O violento, irracional e passional espaço da terra de ninguém. Com uma narrativa fragmentada, John Boyne, autor do best-seller O Menino do Pijama Listrado, nos guia pela história do jovem soldado.
Em 1919, após o fim dos conflitos, Tristan, então com 21 anos, toma o trem de Londres a Norwich para entregar algumas cartas à irmã mais velha de William Bancroft, soldado com quem combateu na guerra. As cartas são só um pretexto para Sadler revisitar a – doce e conturbada – relação que teve com Bancroft.
John Boyne escreve com bastante sensibilidade sobre temas que são tratados com pudor ainda hoje. Ao longo da narrativa, entendemos melhor o que levou Sadler a se alistar, como começou a amizade com Bancroft e porque ele marcou tanto a sua vida.
Na orelha da edição brasileira, editada pela Companhia das Letras, comparam O Pacifista ao romance Reparação, de Ian McEwan. Foi o argumento que bastou para que eu comprasse o livro. Realmente, o paralelo faz sentido. Trata-se de uma história de amor e de guerra onde nada é o que parece, mas também é sobre todas as ações que tomamos que não têm volta.
E vocês, já leram O Pacifista? O que acharam?
Para quem ainda não conhece o livro, é possível ler um trecho do primeiro capítulo aqui.