O segundo romance publicado de Jane Austen, e também o mais popular, surpreende pela prosa ágil, engraçada e inteligente. Em Orgulho e Preconceito, mais do que contar uma história de amor, Austen descreve, de forma crítica, a sociedade em que vivia, onde o casamento e as aparências eram as engrenagens de toda a vida social.
Não só a sociedade provinciana onde vive a família Benett é vista com olhos críticos. Austen não poupa seus personagens. Elizabeth Bennet, a segunda filha e personagem principal, é inteligente, mas orgulhosa. A mãe, Mrs. Bennet, é ignorante e frívola. Seu pai, Mr. Bennet, pouco se esforça no casamento. As irmãs são cabeças de vento, exceto a bela e doce Jane. Nem mesmo o adorável Mr. Bingley, um ótimo partido em qualquer século, livro ou história, escapa do olhar mordaz de Austen. Ele é altamente influenciável, principalmente pelo rico e austero Mr. Darcy, que, apesar de já ter 28 anos, permanece solteiro.
“It is a truth universally acknowledged, that a single man in possession of a good fortune, must be in want of a wife”
A história de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy já foi copiada e recontada milhares de vezes. Nomes e cenários mudaram, mas até hoje, sua essência é reproduzida como uma fórmula de sucesso em livros e filmes. Que menina/mulher nunca se identificou com a forte personagem principal, odiou o suposto par que apareceu para ela, até se dar conta de como estava sendo cega quanto às qualidades do mesmo? Sim, Orgulho e Preconceito é o melhor chick lit de todos os tempos.
Narrado em terceira pessoa, de uma forma bastante moderna para a época, o livro é todo escrito em discurso indireto livre. Com isso, apesar de expressões que soam antigas, o livro flui muito facilmente.
Reli esse livro por um motivo bem fútil: a capa da edição da Canterbury Classics. O courino em rosa choque com o título e citações em baixo-relevo chamou minha atenção. Apesar de se tratar de um clássico, gostei da escolha de cores e material, por dialoga muito bem com a temática do livro, que questiona a todo momento as tradições, em contraposição às opiniões bastante modernas de Lizzie Bennet.