por Jéssica Lauritzen
Se a partir de uma crise, abre-se a possibilidade de revolução; podemos dizer que a partir do “estresse” pode ocorrer a evolução (para o bem e para o mal). Bebendo nas fontes do naturalista britânico Charles Darwin (autor do célebre A origem das espécies), temos que a luta pela sobrevivência dos organismos na natureza é a consequência principal de três fatores: a quantidade de alimentos disponível; o fato de um organismo ser ou não presa de outros animais; e as condições climáticas.
A teoria da preservação por seleção natural sugere as razões para o aparecimento de novas espécies e os fatores que fazem com que determinadas espécies deixem de existir. Com a seleção natural, a natureza atua no homem e, através da tecnologia, ele atua, por exemplo, na seleção/modificação de espécies de plantas e animais para o seu consumo.
E não é coincidência que o desequilíbrio na natureza cause o desequilíbrio que vivenciamos na própria vida. Entre os seres humanos, o estresse é, em grande parte, fruto do ambiente competitivo do mundo contemporâneo, gerenciado e alimentado por nós mesmos. Problemas individuais à parte, o estresse ambiental é e, infelizmente, será um ponto em comum de obstáculo para a humanidade. Por conta de diversos fatores como a poluição do ar, da água, do solo, sonora etc, você já respira menos, já ouve menos, se alimenta mal, adoece com mais facilidade e, assim, vive de forma limitada.
Mas o que, verdadeiramente, coloca um indivíduo à prova? O que pode gerar uma efetiva mudança na sua forma de levar a vida – mais do que simplesmente contornar a situação – e cuidar de um bem comum? Seria o superaquecimento do planeta em conjunto com a alarmante escassez de água potável? Escassez de algo vital é algo muitíssimo estressante, que pode gerar competição, disputa, guerras, loucura e a finitude.
É preocupante imaginar que podemos acabar construindo um mundo inóspito para a espécie humana, ao menos da forma que ela se apresenta hoje. E só o tempo irá dizer se a mão da ciência será capaz de adaptar nossas características para melhor habitar este ainda fictício novo mundo, em um futuro pós-humano.