Meio ambiente: Saindo desta para a melhor, sem deixar o mundo pior!

por Jéssica Lauritzen

Sim. Até nessa hora é possível prejudicar o meio ambiente se não optarmos por alguns ajustes no preparo do último “evento”. O tema mórbido desta semana pode não ser agradável, principalmente se pensarmos no processo químico da decomposição que se inicia a partir da morte de um corpo, mas é, sem dúvida, algo que convivemos todos os dias, direta ou indiretamente. O que nos interessa aqui é a VIDA que se pode extrair de algo tão enigmático como a morte.

As substâncias que liberamos se reincorporam à natureza, permitindo a sobrevivência de outros seres na cadeia alimentar, mas nem todas são benéficas. Assim como o lixo que descartamos produz o chorume, um corpo em decomposição libera o necrochorume (um corpo de 70 quilos gera aproximadamente 30 quilos de necrochorume), também uma substância tóxica e poluente, caso os cemitérios tradicionais não respeitem determinadas técnicas.

Para evitar que os “líquidos finais” contaminem as águas, o Conselho Nacional do Meio Ambiente sugere que a distância entre o corpo e o lençol freático deve ser de pelo menos 2 metros. Para realizar um funeral mais ecológico, deve-se ter em mente o seguinte tripé: evitar o desperdício de recursos naturais, optando por materiais biodegradáveis; não utilizar substâncias tóxicas; e proteger áreas ameaçadas.

Seguindo a tendência de funerais verdes e caixões ecológicos pelo mundo, o Brasil tem lugar neste segmento de mercado através da empresa Biourna, que utiliza papelão reciclado na confecção de caixões. Em geral, estas urnas suportam até 200 kg e são mais baratas do que as tradicionais, custando a partir de R$ 500. Outro material que pode ser utilizado na produção de caixões naturais como estes é o vime, que é neutro em carbono e tende a se decompor no solo em uma velocidade maior do que os materiais convencionais como MDF, madeiras e metais.

Algumas dicas e opções para o ritual:

– Ir pelado ou com tecidos naturais; sem silicone, já que não é biodegradável; e livre de compostos balsâmicos tóxicos.

– A cremação libera água e gás carbônico (CO2) na atmosfera, porém, em pequenas quantidades, além de dispensar o armazenamento de resíduos. (Na Suíça, uma empresa transforma o produto da cremação em diamante. Para cada peça, são usados 500 gramas de cinzas e o preço varia de 2 800 a 10 600 euros)

– O método freeze-dry, que consiste no congelamento e desidratação do corpo (disponível na Suécia, desde 2005). O pó final é armazenado em uma caixa de amido de batata ou milho e enterrado em um túmulo raso. Planta-se uma árvore em cima da caixa para que ela aproveite seus nutrientes. Entre 6 meses e 1 ano, os restos desaparecem.

Imagem: Revista Planeta Sustentável/Ed. Abril

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