De$conto$ Valio$o$

por Daniela Novo Heloneida da Matta

Não basta ter talento na cozinha. Para garantir o sucesso de uma receita é preciso ter em mãos os ingredientes certos. E saber onde, como e quando comprá-los exige cuidados. Com a proliferação de mercados, supermercados, hipermercados, feiras livres e mercearias; o que não falta é opção para os clientes. De modo que, a dúvida recai noutra questão: como preparar um bom prato sem gastar muito dinheiro?

Ao contrário do que é feito por (in) certos economistas, eu não pretendo apresentar uma fórmula mágica para salvar o seu orçamento, até porque desconheço alguma.  Porém, posso compartilhar alguns ‘segredinhos’, aprendidos durante os anos em que trabalhei no comércio da família, muito úteis na hora de fazer as compras. Anota aí, no caderninho.

Vamos começar pelos Supermercados.  Muitos consumidores frequentam tais estabelecimentos atraídos pelos encartes promocionais.  O que a grande maioria não sabe é que, na verdade, os descontos das mercadorias em oferta foram repassados para outros produtos com mesma circulação ou àqueles cujo valor seja mais baixo. Confuso? Eu dou alguns exemplos.

Digamos que determinado supermercado venda tantas caixinhas de leite quanto garrafas de Coca-Cola de 2l, ambas com o mesmo valor.  O dono do supermercado, no entanto, quer alavancar as vendas e para isso decide transformar o leite em item promocional. A estratégia, então, é diminuir o preço do leite e embutir a diferença no custo do refrigerante. Pronto.  O comerciante mantém seu lucro, o comprador do leite ficará feliz, embora os fãs de Coca-Cola não muito satisfeitos.

Agora, imagine outra situação: o fornecedor de Coca-Cola precisará aumentar o preço da bebida, pois ele não consegue suprir o estoque. (Lembra-se da inflação? Se a demanda cresce mais que a oferta, os preços sobem a fim de conter o consumo) Logo, seria arriscado o dono do supermercado repassar todo o desconto do leite somente para o refrigerante: ele ficaria caro demais. A solução? Distribuir o valor entre quatro ou cinco mercadorias diferentes para o cliente não notar o aumento.

São situações rotineiras de um comércio, mas que dão ao consumidor a sensação de estar fazendo um bom negócio.  Vale algumas dicas, então, para não ficar no prejuízo: aproveite as ofertas dos encartes e fique atento aos produtos das prateleiras – eles podem estar literalmente superfaturados. Se a agenda permitir, vá ao supermercado durante os dias promocionais: tem a “quarta-feira da carne”, a “terça-feira do hortifruti”, entre outros.

Procure revezar o estabelecimento onde você faz as suas compras. As mercearias costumam ser uma boa opção. Por uma questão espacial, elas não dispõem de uma grande variedade de itens e marcas, entretanto, oferecem vantagens econômicas. Primeiro, porque elas negociam diretamente com pequenos produtores, logo, têm a oportunidade de negociar valores.  Segundo, elas gastam menos com despesas para manutenção, como conta de água, luz, salário de funcionários etc. E, por último, você dificilmente encontra aquelas filas intermináveis na ‘boca’ do caixa. É a velha história: tempo é dinheiro.

Gostou das dicas? Depois me conta onde você pretende fazer as próximas compras.