O Impossível: o desastre que marcou a história de uma família

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Existe um jeito seguro de conhecer a verdadeira essência de uma pessoa – é através da forma como ela enfrenta uma adversidade. Quando confrontadas com um problema dos grandes, as pessoas sempre se mostram como realmente são. Algumas são capazes de grandeza, outras de atitudes pequenas e mesquinhas. Convenhamos, existem poucos problemas maiores do que uma gigantesca onda vindo em sua direção, arrastando tudo pelo caminho. Esse é o problema que a família Bennett, os protagonistas de O Impossível, tem que enfrentar.

O filme se passa em 2004. Os Bennett – Henry (Ewan McGregor), Maria (Naomi Watts) e seus filhos Lucas (Tom Holland), Thomas (Samuel Joslin) e Simon (Oaklee Pendergast) – estavam na Tailândia aproveitando as férias de fim de ano. Em 26 de dezembro, o hotel onde eles estavam hospedados simplesmente deixou de existir, bem como grande parte da região do entorno. Isso porque um terremoto dentro do oceano deu origem ao maior tsunami já registrado na história, e os Bennett estavam bem no centro da tragédia.

Um letreiro nos informa isso já no começo, e pelos minutos seguintes o diretor Juan Antonio Bayona – revelado pelo ótimo terror O Orfanato (2007) – constrói um clima de suspense. Sabemos que a onda virá, e as tomadas do oceano ou o som do mar sempre presente na trilha sonora despertam a tensão do espectador. Quando o desastre enfim ocorre, ele vem na forma de uma sequência impressionante, na qual a câmera sempre móvel de Bayona e o trabalho sonoro conseguem nos colocar no meio da tragédia.

É uma grande produção, e o diretor não economiza nos planos gerais para mostrar a excelente reconstituição de um dos maiores desastres recentes da história. Obviamente, essa reconstituição também é auxiliada pelos efeitos visuais. Quanto ao elenco, os talentos de Naomi Watts e de Ewan McGregor já são conhecidos e ambos representam seus papéis à perfeição.

 NAOMI WATTS and TOM HOLLAND star in THE IMPOSSIBLEA verdadeira revelação do filme é o garoto Tom Holland. Muitas das cenas são vistas pelo ponto de vista do seu personagem, de modo que o laço dele com a mãe guia boa parte da narrativa. Os demais garotos também são convincentes. O elenco segura cenas que, em mãos menos hábeis, poderiam parecer piegas ou excessivamente manipulativas.

Os planos finais, quando vemos um avião decolando por sobre o oceano e um dos personagens contempla a totalidade da devastação, mostram o quanto nós somos pequenos em comparação com a natureza. Porém, paradoxalmente, um evento como esse consegue despertar a grandeza existente em alguns de nós. Em O Impossível, algumas pessoas ajudam quem está em dificuldade, outras não. A essência de várias figuras humanas presentes no filme são assim reveladas.

Bayona, o elenco e a equipe não fizeram de O Impossível um filme sobre catástrofe, mas sobre as pessoas que sobreviveram a ela, apegando-se ao que havia de mais precioso: os seus semelhantes.

 Cotação: ★★★★ Muito Bom

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